quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cuspindo o veneno. E aprendendo a andar sozinha.

Começando com A pergunta: Porque as mulheres gostam de sofrer?
Não é só uma pergunta, só mais uma delas, é simplesmente A pergunta, que norteia nossos rolos, namoros, casamentos e quem sabe divórcios, términos e noites bem choradas.
Nós, mulheres, gostamos de sofrer, sentimos prazer em descobrir uma coisa, qualquer coisa da ex namorada, do ex rolo, da ex mulher. É uma delícia, mas completamente torturante procurarmos um vestígio da vida dele sem a gente, sentimos que não é justo, que deveríamos estar lá, porque esse momento não poderia ter acontecido sem você, ou simplesmente "quem é essa piranha do seu lado?". Sim, minha cabeça arde, meu coração palpita, o ódio se mistura com indignação de descobrir que ele também chamava a outra de 'linda' e que você, é só mais uma que se encaixa nele. Mas nós temos a péssima mania de nos acharmos únicas, insubstituíveis, as mais amadas do mundo, e o que entala na nossa garganta é descobrir que não existe príncipe e que ninguém vem buscar a gente de cavalo branco. Se não formos, nós mesmas, arrear o cavalo e galopar, ninguém o fará por nós.
As mulheres podem ter ganhado indepêndencia financeira, podem ter dois empregos, votar, usar calças, mas o que nunca vamos nos libertar é dessa mania infeliz de sofrer por livre e espontânea vontade. Infeliz porque nos faz infeliz, porque nos puxa pra um passado que nem nosso foi, que nem temos a obrigação de sofrer por ele.
Descobri que se eu não sorrir, se eu não viver, ninguém o fará por mim. Ficar sofrendo pelo que nem é da minha jurisdição não tá rolando de acontecer.
Só falta cuspir o veneno entalado na minha garganta, começar a gostar das partes boas, e parar de esperar qual será o assunto da próxima DR.
Só descobrindo que posso controlar o que penso, e que posso andar sozinha, sem muletas.
E pra terminar uma frase sábia, de alguém não menos do que isso: "Se não deu querida, sem sofrer!Feliz!"