quando eu ouço as canções que eu fiz pra você
o tempo vem dizer
o que o tempo deve ser
o espaço em que agora o meu passo chegar
vai dizer:
- amanhã já é outro lugar
eu juro que é melhor enfim
eu juro que é melhor assim
eu já não ligo mais para você
hoje não canto
não falo, não saio, não durmo bem.
os tênues fios que me ligam a você estão hoje em prantos
e no entanto arriscamos tanto nos envolver
desligo você, nus deslizamos
pra que te esquecer
se o amor é tanto?
existo em você
por louco engano.
meus fantasmas só se afastam pelas palavras, e é por vingança às suas torturas comigo que os torturarei também.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
sábado, 5 de junho de 2010
Ela e os serás.
Ela se sente com 50 anos, a mulher rejeitada pelo marido que gosta das bonitinhas, novinhas, que combinam a calcinha (quando usam) com a cor do vestido. Ela sente que as outras são mais interessantes que ela, e devem ser mesmo, porque as melhores palavras e sorrisos são delas. Acabou o doce de leite.
Concluiu naquela terça feira que de fato as outras são melhores, e que ela é dispensável. Tão dispensável que seu coração foi deixado por ele, em meio a elogios a calcinhas e reclamações da vida a dois.
Será que ele tem os mesmos apagões de personalidade como ela? Daqueles em que atitudes são tomadas como se estivesse dormindo, ou em algum tipo de transe?! Não é possível, as pessoas são más assim, ou ela que é inocente demais? Ela deveria fazer o mesmo, pra dar o troco? Não, não é do feitio dela, é pequeno demais, ela acha essas atitudes dele pequenas demais, torce pra que não tenha asco algum dia. Mas será que já não tem? Será que já não ficou amarga demais? Será que já não ficou triste demais? Será que está acontecendo tudo de novo?
Ontem se perguntou se é imatura demais, se é boba pra vida, se não sabe lidar com as pessoas, se elas são ruins assim mesmo, se ela pode confiar neles. Viu que é boba de confiar assim nos outros, que todo mundo mente o que varia é só assunto (as vezes nem isso).
Ela não se acha acima de todos, não acha que tem razão o tempo todo, muito pelo contrário, acha que está sempre errada em alguma coisa, força do hábito, sabe como é.
Acabou criando em dias a carapaça que deveria ter criado em anos, aquela que a protege das coisas ruins da vida, que não a deixa sofrer por algumas coisas, mas ela ainda não está muito dura. E por esse motivo algumas lágrimas passam e ela ainda tem dúvidas se é melhor viver assim.
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