Tentei me segurar em algum lugar, e na falta de um, segurei em mim mesma, e então me perdi dele e ele se perdeu de mim. As bocas inquietas, os olhos fixos numa tarde qualquer, a mão aflita segurando tão forte que possa ter certeza que a mão do outro não vai fugir. Não sei em qual parte da história se perderam, não sei em qual 'deixa pra lá' ficaram, ou em qual olhar de reprovação ficaram presos.
Me sentir sozinha não fazia parte do plano, achar um carinho anormal é daquele plano velho, torcer por um sorriso sincero e por dias bons já foi pensado, vivido e desvivido. Me quero de volta, quero a doçura dele envolvendo a minha paz outra vez. Acho que esquecemos o azul perdido no caminho. Eu quero voltar para pegá-lo, preciso voltar. Se for pra ser assim, não quero mais ser adulta, não quero mais pensar. Me mudo pra longe e me dou bem com o mar, me mudo pra longe e me mudo das pessoas, e as pessoas se mudam de mim.
Preciso saber em que caixa as palavras bonitas foram guardadas, em que pote os suspiros estão, embaixo de qual cama os sorrisos ficaram. Não gosto de perder as coisas, muito menos me perder de mim.