quarta-feira, 16 de maio de 2012


ando vendo a vida de fora e nada nela me comove, tão mesquinha, muitos pra quês, sem muitos porquês. cinicamente olhos os movimentos circulares circenses a que meu personagem de olhos fracos é obrigado a executar. 
um palhaço de circo falido e malabares desbotados. uma bailarina rasgada, olhos borrados e coque desfeito chora
descontrolada
               mente
                          sorrindo.
       

domingo, 6 de maio de 2012

numa onda de coisas findas tento inventar novidades, dessas velhas, dessas pequenas pra ver se passa o tempo ou mata o mosquito que ronda essa cesta de mangas.
nessa falta de comoção generalizada, te olho com o mais profundo nada que já nem me pertence mais.
desacredito e desapaixono, obrigação de não sofrer.
me orgulho de sustentar uma palavra firme, condição de sobrevivência de um coração mole.

morta?
de quê?
de ausência e silêncio. 
guardei meu amor numa caixa, dentro de uma mala atravessando o oceano e ela se extraviou, só chegou metade de tudo, até de mim. vou voltar pra buscar, talvez te ache com meu pedaço e o jogue pro Tejo, pra dar sorte.
fazendo odes aos corações ao mar, esse passou tão longe que ainda não teve tempo de se afogar.
que flutuasse num céu de abril, com diamantes comestíveis.