domingo, 26 de setembro de 2010

O querer.

Sabe, tive uma vontade enorme de arrumar seu cabelo aquele dia. A franja caída sempre me incomodou, aquela sombrancelha atrapalhada me dava vontade te abraçar e dizer que ia ficar tudo bem. Quis te ligar e te chamar pra jantar lasanha com rúcula, tomar coca-cola e rir de qualquer coisa na TV. Quis olhar pra você por 30 segundos ininterruptos e depois ver você sorrir bobo e bravo por não entender o porque daquele olhar tão desconfiado.Quis seu abraço em volta de mim pra domir menos doída. Quis seu bom dia pra acordar mais feliz. Quis ouví-los tanto. Quis a sua mão fria e boba na minha cintura. Nunca quis tanto ouvir sua voz. Quis aquele quarto mágico e aquelas figuras dançantes. Quis ouvir um blues com você e esperar o vento que sempre vem. Quis não acordar pra não ter que mexer e tirar seu abraço de mim outra vez. Quis olhar e te ver, mas não triste daquele jeito. Não com aqueles olhos. Não com aquele cheiro que não era seu. Com aquele rosto que não era seu.
E depois de imóvel, dilacerada e perdida no meio de qualquer coisa, percebi que não éramos mais.
Nada. Nenhum de nós.
E aí gritei.

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