segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Meu equilíbrio.

Meu equilíbrio entre a dor lancinante e os dias em que consigo respirar? Meu equilíbrio entre a ignorância e a agudez de felicidade? Meu equilíbrio entre Nietzsche e Caio Fernando? Meus dias de Clarice? Minha vida angustiada? Meu luto? Minhas lágrimas? Meu vazio.
As vezes sinto que meu equilíbrio não existe mais, todos os meu dias encharcados de uma surpresa que não quero ter, 'será que hoje eu choro?'.
Antes tinha uma surpresa que já nem era mais surpresa, porque eu já ia correndo na frente para poder beber antes de ser oferecida a mim. Hoje a surpresa do dia me acua como o medo de cachorro bravo. A surpresa do dia me dói lá no fundo, e me deixa frágil, criança.
Ele é meu equilíbrio? Algumas vezes sim, e algumas vezes é só uma parte doída de mim, aquela que falta, que não me diz, não me olha e nem me toca. Meu equilíbrio entre meu mundo de falta e a vida real. Meu equilíbrio entre as possibilidades e o abraço. Entre dias Clarice e Caio. Entre dias de vida e de tão desejada morte.
Que já foi o motivo de minhas mortes simbólicas, é meu luto tão odiado, é minha nova dor, minha eterna cicatriz, minha sempre felicidade de última hora.
Não admito nada aquém do que já tive.
Enquanto isso tento respirar 3 vezes por semana, 1 dia de conversa instituída, 1 dia na terapia, divido um fardo com os amigos e me torturo como sempre.

7 comentários:

  1. Equilíbrio está dentro de nós, não é mesmo?!
    Outros podem nos dar a balança, os pesos e o suporte, mas eles não montam: tem que ser a gente!
    Por que?! Como?! Ainda não sei...
    Se soubesse, eu teria meu equilíbrio...

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  2. Se soubesse também teria o meu, querido. Em todos os sentidos.

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  3. Fiquei pensando aqui... acho que o equilíbrio nunca será uma constante na nossa vida.
    Ele realmente está dentro de nós, mas depende tanto, tanto, tanto de agentes externos! Seria tão mais fácil se dependesse única e exclusivamente de nós e menos dos outros!
    É incrível como o outro é capaz de trazer todo o equilíbrio pras nossas vidas, ou de repente nos desequilibrar por completo.
    É uma das justificativas para vivermos momentos tão diferentes. Fases equilibradíssimas e aquelas que vivemos como loucos, desequilibrados e com vontade de fugir! Queria ter o controle sobre isso! quem dera né...

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  4. "O desequilíbrio faz parte de uma vida equilibrada."

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  5. Fiquei pensando aqui também, rs em um monte de coisa sem nexo, mas vou jogar as minhas idéias todas aqui!Talvez...sejamos como uma balança e a balança equilibrada é monótona, né. Preferimos o desequilíbrio, mais especificamente, o desequilíbrio que pende para a euforia e alegria extrema. Quando estamos desequilibrados de tanto entusiasmo nem pensamos em nos equilibrar. Agora quando a balança pende pro lado negativo a necessidade de equilíbrio nos toma de assalto.A monotonia é preferível. É melhor ser opaco do que invisível. Vejo o equilíbrio como algo necessário e desejável apenas quando se está desequilibrado negativamente. E se o equilíbrio é o monótono, o comum, o igual, "o todo dia"...então devemos buscá-lo. E aí entra a pergunta. O que é o equilíbrio? É o "todo dia", é o feijão com arroz, é o almoço e a janta sem exageros...aquilo que nos sustenta para nos manter vivos. O meu equilíbrio particularmente são meus amigos, a minha família e Deus. Então são eles que busco para me equilibrar...( viagens e viagens na maionese)

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  6. Como diria Clarice "a harmonia secreta da desarmonia...". É dessa harmonia que a gente gosta, porque geralmente vêm acompanhada de uma felicidade gigantesca, que muitas vezes, te tira do eixo. Irônico né?! Concordo com você Laurete, a monotonia é preferível quando você sente algo muito pior do que ela. É como apertar a unha do dedão da mão pra parar de doer outra parte do corpo que tá doendo MUITO mais. Nunca foi opaca, não quero ser. Invisível talvez, em alguns dias, e até saudável, mas a opacidade me assusta. Continuo tentando descobrir qual é meu equilíbrio. :)

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  7. Ah, o que me assusta é a invisibilidade. Brinco de ficar invisível porque tenho medo de levá-la a sério...Pra mim o que mais me dói é quando já não sou notada, nem mais percebida, mesmo que haja dias que não quero ser mesmo, é isso que me assusta, me fere.
    Ah, e assim como você eu também busco diariamente meu equilíbrio, flor, o que eu quero é só ser feliz, viver de amor e não sacanear com ninguém. Não é muito, né? rs! Beijos!
    Continue buscando seu equilíbrio, flor!

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