terça-feira, 20 de setembro de 2011

o que aprendi do outro lado do oceano (até agora)

Aprendi que a praia me ensina a ter paciência. A esperar o mar se aquietar e me permitir, a esperar o vento diminuir e me levar as agudezas, a esperar o sol não queimar tanto e desejar a brisa fria e preguiçosa. Me ensina a não ter vergonha, me ensina a ignorar os outros num prenúncio de inverno que temo, mas me acalenta. Uma parte de Pessoa vive em mim, entendo agora, em terras portuguesas, o tamanho das suas palavras tão cheias de dor e de vida que agora me cheiram a sombra fresca. Ando por ruas que não me parecem tão diferentes, tenho amigos que não são tão novos assim, me embriago do de sempre, a minha alma velha se encanta vez ou outra com uma frequência brilhante, meu corpo novo empurra sua velhice pra frente. O velho mundo não é tão velho assim, e nem tão longe. Meus sonhos ja viviam nele numa intensidade absurda que desconfio ser mais perto do mundo em que minha cabeça sempre viveu.

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