quarta-feira, 30 de novembro de 2011

pra ti.

pela primeira música que me enviaste.
pela angústia dos nossos silêncios calados forçosos, corri a busca de qualquer coisa que me uniste a ti.
comprei qualquer coisa que me deixasse mais perto.
baixei a primeira coisa que me levasse aos seus olhos e aos nossos pensamentos mútuos.
a angústia da tua ausência me leva a a ardência do meu coração.
vem logo. não posso mais esperar.

http://www.youtube.com/watch?v=RGwWlfuE0RY&feature=related

me desculpo pela portuguezisse eminente.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

querer é prisão.
querer não é justo.
querer não é humano. ou humano demais.
querer arde, sua, aperta, engasga, mata.
meu querer dói, e só o que eu queria era não querer.
nada.
o meu querer me soca a cara todos os dias, me sinto viva do jeito inverso.
o frio não ajuda, congela na mesma proporção meu nariz e minhas certezas.
eu peço sozinha, calada, molhando a blusa, a mala, o cabelo, quem tiver mais perto que arranque de mim isso que arde.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

no leito da burocracia, minha cabeça voa até minha árvore.
no meio de tanta imigração forçada, dolorida, sonolenta, me sinto colorida.
me sinto menos dolorida que todos eles, aflitos com seus papéis suados nas mãos nada menos do que isso.
não sei até onde a cabeça deles voa. é quase um pecado me aproximar deles, arranhados de uma vida que talvez nem valha esse esforço.
a minha eu sei pra onde voa.
pra aquela cama grande que as horas se arrastam com açúcar, pra aquele cheiro que me arrasta como vento, pra aquele calor que me prende como nada que eu consiga imaginar.
deixo uma flor e um bilhete onde você possa enxergar.
deixamos um tanto de calor e brisa onde possamos dormir e acordar lá onde é um pedaço meu, mais uma das vezes em que torci minha alma e pus no varal pra você.

não ando entendendo muito bem as coisas que se passam. aqui elas mudam, os ares são diferentes, meus hábitos deixaram de ser hábitos, me encontro na confusão, me encontro na rua cheia de carro, de fumaça, de frio e de uma história mal contada.
não tropeço na minha história, o propósito é ser livre, cabeça livre, corpo livre, palavra livre.
a viagem monástica é por mim, o silêncio as vezes se quebra, a dúvida as vezes invade, a paciência muitas vezes arde, mas nada como a ignorância da saudade.
ando aprendendo os extremos dos sentimentos em velocidades inimagináveis, talvez um dia tenha uma folga.
preciso respirar a fluidez do meu sol, preciso abraçar minhas almas semelhantes, preciso me esquentar em qualquer canto esquerdo que seja dele.
me queira esquentar de verdade.
me queira de verdade.
passe a mão no meu cabelo e esquente meu excesso de inverno.
só não me deixe padecer nesse deserto gelado em que monasticamente congelo minha paciência em doses.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

hoje os acordes que te prometi - seus - voltaram a doer.
não consegui ouvir sem coçar aquele machucado recém-cicatrizado.
pedi desculpas a mim, peço desculpas a você.
o amor deixa de ser amor quando provocar a loucura alheia é a única felicidade de dias que não passam nunca.
o ser humano é perverso, fomos perversos com tudo, raspamos o doce de leite com todos os dedos que encontramos, à la Svankmejer.
comecei a medir pelo que eu tenho e aí comecei a querer pelo que eu posso.
é a lei da vida.
agora é a minha.

domingo, 6 de novembro de 2011

estar aqui me fez perceber o quanto eu amo tudo que eu sempre achei que amei.
o meu lugar preferido, meu sorrisos preferidos, as músicas preferidas, os melhores ouvidos, o maior número de almas nuas.
minha vontade de tudo aquilo se resume num refinamento de texto induzido pela alma, a mais nua delas.
amo, amo, amo na mesma velocidade dessa guitarra.
arrastado, alto, impensável porém possível e real.
é o que me move: o impensável real.
das minhas saudades quentes, que voltarei a elas.
da minha saudade quente, que voltarei sem nunca ter ido, a ele.
meu coração se esvazia por agora.
de dor.
e só.



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

'os olhos que me apetecem
os sonhos que se antecedem
pra você chegar na estrada, caminho ou lugar
onde eu seja teu

vou te mostrar tudo ao redor
vidrar as paredes e só
não vou nem ligar
apaguei as luzes

parei onde você parou pra me esperar...'

paramos aqui, pra esperar tudo e qualquer coisa que vem até nós.
eu aqui, você daí.
paramos as palavras longe assim, paramos os olhos perto assim, paramos o sono no meio desse caminho grande, paramos nossos sorrisos quase aí, mais perto daqui.

continuamos os sorrisos pela água, continuamos os carinhos reais, continuamos a adorar nós mesmos transvestidos de oposto.