no leito da burocracia, minha cabeça voa até minha árvore.
no meio de tanta imigração forçada, dolorida, sonolenta, me sinto colorida.
me sinto menos dolorida que todos eles, aflitos com seus papéis suados nas mãos nada menos do que isso.
não sei até onde a cabeça deles voa. é quase um pecado me aproximar deles, arranhados de uma vida que talvez nem valha esse esforço.
a minha eu sei pra onde voa.
pra aquela cama grande que as horas se arrastam com açúcar, pra aquele cheiro que me arrasta como vento, pra aquele calor que me prende como nada que eu consiga imaginar.
deixo uma flor e um bilhete onde você possa enxergar.
deixamos um tanto de calor e brisa onde possamos dormir e acordar lá onde é um pedaço meu, mais uma das vezes em que torci minha alma e pus no varal pra você.
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