soprada a saudade de ventos além-mar, o coração cantou as noites divididas.
apertou a distância, a brasa queimou a barra do meu vestido, as pupilas se desenharam involuntariamente nesse prenúncio de tragédia rotineira.
o gosto do vinho barato molhou minha boca, me fez lembrar do pavor das noites sem você, me fez amar meu risco negro de Miró, me fez praticar a paciência, ensinada a pontapés.
aprendi antes de você o benefício e a dureza do silêncio.
cortante pra quem cala.
desaprendi a te escrever, a te arder.
me calo, me engulo e espero.
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