segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

no limbo das mãos minhas.

de mãos estranhas, em que deveriam escrever num papel branco, sistematicamente escrevem num teclado eufórico de angústia ou nojo.
as amo, por terem sido de pianista na infância, as amo por segurarem tudo que quero.
as odeio por serem tão grandes que escorrem o que eu quero mais.
são lindas, são nervosas, suadas, amarelas, grandes, grandes, grandes.
preenchem.
o que não tenho nelas, são et's de mim.
são nuas, e assim permanecem na aflição da feminilidade dos extremos de mim.
são extremos e talvez por isso, fora?
são meus extremos, gelados, eufóricos.
são o que eu preciso e repudio.
são cansadas, são esquecidas de carinho.
são mãos não tão menos doloridas que as suas, desse lado.

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