vejo meu quarto português. ele nu, sem os deuses que rezavam toda noite na minha cabeça.
vejo o que levo de volta.
resta mais do que deveria restar. dentro de mim e dele.
volto pesada de qualquer coisa estranha que só o sol me dirá o que é.
permaneço menos dolorida, mais embriagada do lugar novo que descobri no último dia.
aprendi a amar pequeno, me cabia aqui como nada, me incomodava daqui com frequências inimagináveis.
não fecho as malas, ponho os pés nelas, as deixo no corredor cumprindo a sina de não fechar janelas.
aprendo a aprender a fechar ciclos, varrer quartos, fechar portas e carregar menos.
e assim, no último dia da linha tênue do que posso chamar de meu, o amo em cada segundo, em cada metro singelo do que abrigou minha cabeça e meus passares daquela morte.
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