O desespero da solidão chegou ao limite do suportável. Cansei de expectativas furadas, dias vazios, amores mal curados, vidas mal vividas. Cansei de mim. Mergulhei numa solidão forçada, maldita, doída no fundo, daquelas que esperam qualquer coisa brilhar no fim do dia. Não brilha, não acontece. Acontece pelo contrário em mim, uma falta de esperança tão ardente que só acredito em um futuro grandioso que afinal, pode ser só mais uma das esperanças vagas. Cansei delas e de mim, de esperar a salvação dos meus dias e do meu desespero tão agudo. Rio por não saber mais reclamar, por não ter o que reclamar. Sei que não existe a salvação que espero, mas é só o que posso esperar num momento em que meu corpo esvazia-se por si só, sem meu consentimento num processo de limpeza profunda, até das alegrias. Drummond se faz sábio todos os dias no meu cérebro, de volta pra casa se perguntando o que fazer de uma vida que não se tem, se inventa. Me invento por sobrevivência, faço promessas ao inconsciente, apostas aos olhos, a boca já não considero, ao sexo nem me atrevo. Minha última chance é ir. Pra voltar. Talvez mais limpa, talvez mais suave, um tanto mais diferente, pra que eu possa viver mais alguns anos de desespero disfarçado de vida vivível [que me desculpe Guimarães Rosa]. Não desisto por algum motivo que não sei explicar, mas que me me empurra pra frente num fôlego curto de velho cansado.
Vá. Sei q voltará beeeeeeeem melhor. Experiência própria..
ResponderExcluirO pior mesmo será voltar pra tudo isso. Mas lembre-se de certa forma, o vazio te acompanha além mar..
~Rê.