Hoje decidi escrever pra você, como já o fiz tantas vezes mesmo engasgada. Me pergunto o que estamos fazendo, porque agimos assim um com o outro, é muito rancor, eu sei. Me apavoro com seu desespero ao me olhar e então não faço nada, me recolho a meu título de 'planta'. Me perguntei se ainda te amava, então entendi Chico cantando 'porque era ele. porque era eu', Montaigne foi sábio em suas palavras, Chico sublime nesse momento. Só se ama o que se parece com você, não se ama o outro lado se você quer é ficar aqui, te amar nesse momento é o mesmo que me perguntar se eu me amo. Não me recuperei de ter caído naquele buraco, menos dias de vida devo àqueles tempos e eles me deixaram tão parecida com você e sua dor que as vezes não me reconheço, te incorporo e não me amo, não te amo. Amo o seu sorriso despreocupado, amo o seu sono, amo suas mãos que costumavam ser mais pacientes e me amo na mesma medida, homeopática. Agostos intermináveis fazem parte da nossa vida não é? Odeio a nossa ignorância em insistir no desconhecimento de nós dois, daqui alguns anos nos perguntaremos 'porque não deixei que só fosse doce?', burros. Tem que ser, não tem outro jeito, naõ sofra tanto assim. Prometi que não ia mais doer, era o propósito desse novo encontro, lembra? Não chorar mais. Você não me deixou chorar, obrigada. Continue segurando minha mão
Nenhum comentário:
Postar um comentário