sábado, 30 de julho de 2011

Quando eu era criança, fazer 'pouco caso' de alguém era extremamente condenável, hoje não é mais condenável, é só dolorido de um jeito que nem consigo explicar. O seu 'pouco caso' acaba com o resto de vida que sobra em mim, não me sinto amada, desejada, querida. Não sei distinguir se sua preguiça é de mim ou por causa de mim, não me deite aquele olhar morto outra vez. Não sei lidar com sua ausência, com sua presença, com a falta de mim, com o excesso de solidão, me perdi de mim e procuro em vão pela minha alma, como diria Chico. Cansei dessa vida em que aceito tudo enquanto vira martírio, as pressões dos amigos, a falta de você, os segredos deles, eu recalcada, eu calada, eu sozinha. Não mãe, não tô deprimida, não sou deprimida, só preciso encontrar meu caminho, preciso me livrar de todo esse peso quente que queima minhas costas há tantos anos. Devo ter feito alguma coisa muito errada pra ser negada a mim a única coisa que sempre dei em abundância, carinho. Vejo tanta maldade nessa sua negação, tanta coisa não contada, não explicada como se fosse um segredo sórdido que não duvido que ainda exista nas suas meias palavras. Me conte, me fale, grite! Preciso saber o que se passa, não foi isso que combinamos, não me torture tanto. Não me deixe pensar que a sua palavra não vale nada, que sua lágrimas são de crocodilo, não traia suas palavras, não traia o que você sente por mim ou pelo menos o que sentiu por mim, ainda existo e não mereço essa indiferença e quase-inveja do seu frescor que não mais me comporta.

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