quinta-feira, 18 de agosto de 2011

o vento que não canta.

'Chegamos ao fim..', foi uma das frases mais dolorosas que li/ouvi nesses meses tão estranhos. E escolhi simplesmente não pensar nela, não escrevê-la de imediato, deixar a dor esfriar, a noite gritar minha solidão confortável. Confesso que a chance de te enlouquecer com a minha dor aliviou um pouco da minha, mas me perdi e enlouqueci junto, de uma dor lancinante, feroz, que foi nos arrancando a paz noite adentro. Foi me arrancando a paciência de um céu que não clareava nunca e se parecia tanto comigo. Foi me arrancando o sono que há muito já te pertencia. Os gritos me arrancaram a força do corpo numa importância nula da minha parte, o travesseiro abafava o que ninguém precisava ouvir, só eu e você. Disse tudo o que eu quis, rasguei a carta que te escrevia, apaguei seus lembretes antes da viagem, substituí as horas que te pertenciam, tenho ficado boa nisso. 'Dois pensamentos não ocupam o mesmo lugar', tenho repetido sempre pra não padecer do buraco no meu peito que ainda não permite que o vento que passa por ele, cante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário