sexta-feira, 5 de agosto de 2011

quando encontrei o livro.

Comecei a ler nossa história por acaso, procurando uma leitura pra chamar o sono que insiste em não aparecer todas as noites. Achei uma dedicatória do meu pai dizendo sobre lembranças, achei filosoficamente piegas a introdução como qualquer outra coisa que tinha lido por aí. Prestei mais atenção quando Tereza se transformou em Isadora, mais ainda quando Tomas se transformou em você, em mim, em nós dois juntos em paz, em nós dois em guerra com cada um, por cada um. Devorei vinte páginas em uma noite insone, não veio o sono pela angústia como em todas as noites, não veio porque encontrei o que sempre quis te dizer, encontrei a nossa história, todas as minhas maiores angústias escritas num tempo tão distante e num lugar mais distante ainda. Era eu, presa naquelas páginas, não importando se me misturava a Tereza, Sabina ou Tomas, eu, e tudo o que eu nunca consegui compilar pra te dizer, não preciso passar de 1/3 do livro pra me aliviar um pouco do peso da conversa inevitável, só pensei em dá-lo a você e só consegui desejar que você me visse naquelas páginas, a dúvida da sua sensibilidade quanto a isso me assaltou, devorei mais algumas páginas e dormi, acordei com a dedicatória escrita, a logística pronta, o sebo escolhido.

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