O bicho que me come o estômago é o mesmo que come meu medo, mora há tempos aqui dentro, em períodos de miséria e êxtase. O nó de hoje vem afrouxando conforme o dia passa, o tempo que afrouxa o nó é o mesmo que me ensina como viver sozinha e a não engolir todos os sapos que a vida me enfia goela abaixo. Sobrevivi a mim, entupida de sangue, de sapo e de dor. Sobrevivi a você, sem você. Sobrevivo a um mundo que não vejo tanto sentido, que não é tão azul como eu queria que fosse e nem tão divertido assim. Os meus fantasmas são amigos dos seus, nos infernizam em conformidade, vivi muito tempo com eles. Você não morre em mim porque não é hora, eu te deixo ir de mim porque é hora, a miséria é muito pouco pra quem já teve tanto tudo.
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