hoje eu me despi da vergonha que já não tinha pra vestir a prisão da nudez. vesti toda ela, com todos os incômodos que a roupa nova concebe: o aperto, a raiva, o abotoar e finalmente o andar no ajuste que lhe cabe.
me arrepiei de um frio descomunal que em doses agora cavalares, congelam minhas certezas mais uma vez.
fantasiei o abraço pra me esquentar, fantasiei seus olhos em mim, tentei me deliciar em todos eles e os sopros que até então me empurram pra frente me envolveram na liberdade da falta, até chegar na falta de roupa.
o frio estocado acabou, perdeu pro frio de verdade. agora é a vez do calor, do short de domingo, da cerveja na esquina, de mim e todos eles.
aprender a esperar os ciclos se acabarem é dolorido, mas já aprendi depois de tanto.
espero, cheia de mim.
agora assim, amanhã como nunca deveria ter deixado de ser.
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