meus fantasmas só se afastam pelas palavras, e é por vingança às suas torturas comigo que os torturarei também.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Eu não estou aqui.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
(des)agostos
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Depois de Paris.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Os meus versos.
“Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.”
Depois de Pessoa embalar uma tarde triste pra quem viu e com promessas de concretude pra quem vê, descobri que eu saí do círculo.
Aquele círculo dolorido, chorado, arrastado, pra pular dentro de mim e de minhas Clariceanices despenteadas, limpas e grandes. Me bastei.
Assentei meu sorriso na alma, as borboletas no estômago, os centímetros que ganhei, os olhos não mais molhados, e a poesia de volta.
Li muito sobre ciclos e fechamentos de portas, como li sobre aberturas de janelas. Minhas janelas estão se abrindo, minhas asas saindo do armário, meus sorrisos de onde, não sei. Talvez da Isadora que esqueci em alguma janela aberta nos fundos da casa.
Outro dia.
Não achei que teria outros, que chegaria até outros. Cada tijolo teve seu quinhão de dor em mim, e de altura.
Meu muro mais alto, mais merecido e um tanto quanto dolorido.
Enquanto minha dor se esparrama, minha felicidade se faz em versos.
sábado, 13 de novembro de 2010
O primeiro dia.
domingo, 7 de novembro de 2010
Os relógios de Dalí.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Meu equilíbrio.
As vezes sinto que meu equilíbrio não existe mais, todos os meu dias encharcados de uma surpresa que não quero ter, 'será que hoje eu choro?'.
Antes tinha uma surpresa que já nem era mais surpresa, porque eu já ia correndo na frente para poder beber antes de ser oferecida a mim. Hoje a surpresa do dia me acua como o medo de cachorro bravo. A surpresa do dia me dói lá no fundo, e me deixa frágil, criança.
Ele é meu equilíbrio? Algumas vezes sim, e algumas vezes é só uma parte doída de mim, aquela que falta, que não me diz, não me olha e nem me toca. Meu equilíbrio entre meu mundo de falta e a vida real. Meu equilíbrio entre as possibilidades e o abraço. Entre dias Clarice e Caio. Entre dias de vida e de tão desejada morte.
Que já foi o motivo de minhas mortes simbólicas, é meu luto tão odiado, é minha nova dor, minha eterna cicatriz, minha sempre felicidade de última hora.
Não admito nada aquém do que já tive.
Enquanto isso tento respirar 3 vezes por semana, 1 dia de conversa instituída, 1 dia na terapia, divido um fardo com os amigos e me torturo como sempre.
domingo, 10 de outubro de 2010
Attraversiamo
domingo, 26 de setembro de 2010
O querer.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
O meio
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Pra doer menos.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Os nossos mistérios.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
O problema deles.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
O que ficou pelo caminho.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Torturas graveolísticas.
o tempo vem dizer
o que o tempo deve ser
o espaço em que agora o meu passo chegar
vai dizer:
- amanhã já é outro lugar
eu juro que é melhor enfim
eu juro que é melhor assim
eu já não ligo mais para você
hoje não canto
não falo, não saio, não durmo bem.
os tênues fios que me ligam a você estão hoje em prantos
e no entanto arriscamos tanto nos envolver
desligo você, nus deslizamos
pra que te esquecer
se o amor é tanto?
existo em você
por louco engano.
sábado, 5 de junho de 2010
Ela e os serás.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Cuspindo o veneno. E aprendendo a andar sozinha.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Sobre o silêncio (meu e dele)
terça-feira, 9 de março de 2010
Eles não existem.
Depois de pensar muito, concluí que todas as aflições amorosas femininas são por causa dos filmes malditos com os príncipes imbecis.
Quando a menina tem seu primeiro namorado, têm absoluta certeza que é o homem da sua vida, que ele vai te trazer flores todos os dias, dizer que te ama, pegar na sua mão na frente de suas amigas e jurar que o amor de vocês é eterno. É só o que ela quer.
Mas ele, o seu namoradinho, só vai se esforçar para ser o mais imbecil que ele possa, não vai pegar na sua mão na frente das suas amigas, não vai dizer que te ama a não ser que diga tão baixo que você custe a ouvir e não vai te dar flores, ele só quer contar pros amigos coisas que só nós, meninas, contamos para aquele diário de cadeado de plástico.
E quando a mãe diz que não sabemos nada sobre a vida, que esse namoro não tem cabimento, que o namorado é um idiota, nós choramos, desejamos a morte da mãe e temos certeza que sabemos o que é a vida.
Quando terminamos com o pequeno imbecil, pensamos como tivemos a audácia de namorar com "aquilo", e que chicotadas doeriam menos do que sua consciência naquele momento. Faz parte.
Mas continuamos acreditando no príncipe encantado. Maldito.
No segundo namorado, quando afinal, sabemos beeemmm mais sobre a vida, os desejos ganham contornos mais sofisticados. Só precisamos de um único elogio pra começar a fantasiar sobre a vida eternamente feliz. Bobinhas.
Dói quando descobrimos que não vai ser perfeito a vida toda. E dói muito. Porque toda mulher sonha em ter o príncipe encantado, que te carregue no colo, que te mande torpedos apaixonados, que te deseje todos os minutos do dia, que não pense em outra mulher que não seja você. Queremos paixões arrebatadoras, queremos amor em todas as delícias que essa palavra possa ter, queremos que todos os dias sejam diferentemente apaixonados. Achamos pouco quando as mães dizem "Só precisamos de um companheiro". Companheiro nada! Queremos é morrer de amor todos os dias. Bobinhas (outra vez).
Quem deseja pouco, vive pouco. Descobrir que os seus desejos não vão se tornar realidade não mata, só dói. Daí chore, até desidratar, na maioria das vezes resolve.
Não existem dias perfeitos, mas não nego que dias felizes existam. Não existe vida perfeita, mas existem momentos extremamente felizes. Se não nos segurarmos meninas, caímos no poço da desilusão e ficaremos como Camélias, Joanas e Marias, dançando desiludidas.
E se nada resolver, a gente processa a Disney.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Ele.
E o mistério que me deixava intrigada.
Certa vez perguntei de seus óculos, respondeu com uma piadinha.
Noutra ele perguntou sobre Clarice, respondi com coração apertado.
E sumiu.
Depois, seu bigode engraçado me fez vê-lo de novo. Ficou estranhamente feliz, nunca tinha o visto assim antes.
Eu existindo.
E engolindo felicidade, guardei a informação.
Fui feliz naquele sábado.
A aposta me garantiu um beijo na frente da família.
A promessa de uma banda me deu promessas de felicidade azul.
Eu era dele antes que eu pudesse perceber.
Meus olhos eram dele.
Minha poesia era dele.
As circunstâncias não me levaram a ser dele, eu escolhi. Eu quis, como se precisasse respirar seu azul.
Ele me amava, me respeitava com aqueles olhos lindos.
Chorar de felicidade é maravilhoso.
E ver que é tudo verdade dá medo.
Mas tive poucos medos, quase nenhuma dúvida, milhares de sorrisos.
"Olá namorada".
Não precisaríamos de definições, era muito grande para caber dentro de uma.
É muito grande para caber dentro da gente.
É delicado.
É nosso e de mais ninguém.
Pernambuco, cortinas brancas, Blues, fotografias, ovos mexidos, suco de laranja, uma moto, o fusquinha, Francisco e nada mais.
Ninguém me tira isso.
Ele me faz mulher.
E a mais feliz desse mundo.
terça-feira, 2 de março de 2010
Eu não existia
Eu não existia.
Nunca existi. Nunca soube que podia falar não e ponto final, ou simplesmente fazer o que queria. Não sabia que ocupava um lugar em qualquer outro lugar, sentia que um saco abrigava minha respiração, e só.
Tinha sonhos emprestados, ideias compradas, sorrisos amarelos, medo da vida. Me agarrei a alguém porque não sabia que existia. Primitivo assim. Tomei conta da minha existência quando não aceitei viver de migalhas, de meio-amor com meio-sorriso.
Ninguém merece quases. Não sou meia-pessoa.
Queria como ninguém uma vida, mas não sabia por onde começar, nunca tinha tido uma. Não me lembro de mim, só dos outros. Só lembro de uma tristeza angustiada que sempre tive desde menina, de uma dor constante que as vezes fincava e dóia fino.
Tive vergonha de confessar que não sabia que existia, é algo que se tem desde sempre. Quando tive a coragem de admitir não nasci de novo, nem mudei minhas roupas ou comprei alguma coisa, só ri deliciosamente quando acordei.
Deliciosamente.
Essa é a palavra.
Nunca tinha rido com delícia. Foi a melhor sensação inteira que tive.
Acho brega dizer que me encontrei, a gente não encontra o que nunca teve. Eu simplesmente me dei conta que existia.